quarta-feira, 6 de abril de 2011

Facções - expressão da personalidade mal construída

Desde novos somos chamados a integrar grupos. O condomínio é um grupo, a turma da rua, que joga bola, é um grupo. A sala de aula é um grupo, etc. Mas dentro destes grupos sempre existe a tendência à formação de divisões, pois as opiniões e visões dos seres humanos são diversas, expressão da diversidade produzida por cérebros com 86 bilhões de neurônios.

As idéias diferentes delimitam grupos. Os fortes e aglutinadores arrastam seus seguidores, agindo como o primeiro grão de um grande cristal ou de uma pérola, ou como o germe de uma grande erva daninha.

Mas para seguir, é preciso "se inclinar" para uma idéia. O primeiro caso ocorre quando não temos nenhuma idéia, então qualquer uma serve. O segundo ocorre quando simpatizamos com uma idéia que já entendemos, e nos alinhamos.

Então vamos falar sobre quem não tem nenhuma idéia. Por que não a tem ? Porque não tem infra-estrutura para formação de idéias, ou seja, não recebeu educação nem instrução. São os "sem personalidade", bois ou vacas, carneirinhos levados por qualquer guia que apareça. E lobos temos muitos, com uma dentição afiada e babentos. Como bons predadores eles seguem a "manada" dos "sem personalidade" e vão observando os mais fracos que, andando devagar, ficam mais para trás. Ficar para trás quer dizer não compreender, então fica atrás para observar quem "anda na frente", igual e tal acontece com a dimensão das idéias. Vem uma nova idéia. Quem não compreende fica "para trás" e pode ser pego por qualquer lobo.

Uma pessoa que não busca a informação (pois ela existe, além do mais em nossa época) não tem infra-estrutura para poder interpretar novos fatos, novas idéias. O falso pode lhe parecer verdadeiro. Até um poste pode parecer uma árvore, e lá vai ela atrás dos lobos, líderes das facções.

No crime estas facções são até mais atraentes, porque está envolvido muito dinheiro, verdadeira expressão do materialismo, além do sentir-se forte com a força dos outros. Mais uma vez transparece a necessidade de "ancorar" a própria existência na existência do outro. E se o outro morre (líder criminoso), tal é a identificação por falta de personalidade, que lhe toma o lugar. Agora o fraco acha que é o forte. E a facção vai se mantendo.