domingo, 6 de novembro de 2011

A morte do jornalista cinematográfico da Bandeirantes

Com a concorrência acirrada da Internet, e da capacitação dos vários canais de TV, inclusive a cabo, obter informação crítica e bem "fresca", tornou-se questão crucial.

Para cumprir tais requisitos de uma mídia cada vez mais democratizada, é necessário correr mais riscos. Do que a população mais gosta ? Resposta: Notícias que envolvam o crime. A morte, o sangue, atrai o ser humano, principalmente o de menor cultura, maioria no nosso país.

A notícia de tiroteios, tráfico e morte, são de fácil interpretação, não exigindo uma capacidade que já foi comprovada em experiência divulgada na TV: a interpretação do texto. Jornais como o Aqui e o Super vendem igual água, facilitado pelo fator preço.

Então, a Band enviou seu repórter cinematográfico Gélson Domingos para a "frente de batalha" na favela Antares, nesta conturbada cidade do Rio de Janeiro, não contra a sua vontade, pois este repórter o fazia por vocação e gosto. E o mesmo levou um tiro de fuzil.

Para quem nunca pesquisou a respeito do colete à prova de balas, o mesmo não é propriamente à prova de TODAS os tipos de bala. O utilizado pela polícia convencional tem graus de tolerância tanto de velocidade da bala, quanto da superfície de penetração da mesma.

O colete do Tipo I protege contra balas de rifle calibre 22 (2.6 gramas) até 329 metros por segundo (1184 km/h) de velocidade, ou calibre 38 (6.2 gramas) a 322 metros por segundo (1159 km/h). Este é o utilizado pela polícia convencional. Estas velocidades ultrapassam a velocidade do som (300 metros por segundo), ou seja, você só ouve o som do estampido um segundo após ser atingido.

O colete do Tipo IIA protege contra balas de 9 mm (6.2 gramas) a 373 metros por segundo de velocidade ou calibre 40 (11,7 gramas) a 352 metros por segundo ou calibre 45 (14,9 gramas) a 275 metros por segundo.

Existem outros tipos, que não precisam ser citados aqui.

As forças de segurança e batalhões especiais da polícia usam tipos a partir do IIA. Já o colete do jornalista era do tipo I. E o tiro que o atingiu foi de fuzil, ou seja, munição perfurante, contemplada pelo tipo de colete III. A bala de fuzil (9,6 gramas) "voa" a mínimos 847 metros por segundo (absurdos 2880 km/h), ou seja, se você for atingido, ouvirá o estampido após 2,5 segundos, se não morrer antes disto.

Existe outro fator que não se refere só à perfuração. A quantidade de movimento de uma bala a esta velocidade é (cálculo da física convencional): 9,6 gramas multiplicado por 847 metros/segundo = 8131,2 gramas.metros/segundo = 8,1312 Kg.metros/segundo, ou seja, uma pedra de 8 Kg atirada com força suficiente para percorrer 1 metro em um segundo. É como um soco dado por uma mão segurando quase dois sacos de arroz de 5 Kg.

Portanto, se a bala não penetrar o colete, o indivíduo atingido receberá um impacto que o fará recuar, ou quebrará uma costela (no peito), ou o fará ficar tonto (na cabeça protegida por capacete de kevlar).

E pedem a prisão do assassino

É engraçado, quando morre um policial, não pedem a prisão do assassino, mas quando morre um jornalista o seu sindicato clama por prisão. Que lógica é esta ? A todo encontro com morte envolvendo policiais, os jornalistas disparam acusações (injustas). A verdade é que A IMPRENSA SE ACHA MELHOR DO QUE TODOS, inclusive do que as nossas valorosas forças policiais, mesmo com todos os problemas que existem nas corporações. Hipocrisia e corporativismo é o que a imprensa pratica.

A apuração deve ser igual, para policiais mortos e jornalistas mortos. O que acontece no Rio de Janeiro é GUERRA. É preciso que TODOS tomem consciência disto. O estado está em regime de exceção devido ao tráfico, e a normalidade só voltará quando o último traficante for morto.

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