segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Preços na favela da Rocinha - O que um Estado Paralelo traz

Não sei se os moradores da Favela da Rocinha, no Rio de Janeiro, gostam, como demonstram, ou são obrigados a demonstrar, quando das subidas da Rede Globo ao local, ou quando das visitas programadas para os turistas, que vem até de outros países para conhecer esta "atração".

São 70 mil habitantes, população considerável, comparável ao porte de cidades médias, com potencial consumidor explorado pelas quadrilhas e milícias.

Estado Paralelo tem Imposto Paralelo

É surpreendente que os moradores paguem "pedágio" pelas mercadorias e serviços à uma Administração Paralela, exercida por traficantes de drogas, em ato flagrante de formação de quadrilha, como se fosse uma Máfia.

Por exemplo, o transporte escolar em Vans ou em veículos de passeio custa R$ 170,00 por mês. A favela tem "concessão" de mototaxi, algo proibido na "Cidade Oficia"l do Rio de Janeiro, pela qual o motociclista paga R$ 150,00 à "Administração" da favela.

O botijão de gás, a R$ 50,00 na "Cidade Oficial", custa R$ 90,00 na favela. O galão de água de 20 litros custa R$ 20,00 na favela, enquanto o preço normal na cidade é de R$ 14,00.

Imóveis

Foi tal a exaltação promovida pela Rede Globo em torno das favelas, que o preço dos imóveis disparou. O aluguel de um barracão com sala, cozinha, quarto e banheiro, que era de R$ 500,00 dobrou de preço, para R$ 1000,00. E ainda assim, as condições de conservação dos imóveis, em gereal, são péssimas.

O valor de compra de uma quitinete chega a R$ 70.000,00. Uma pessoa pode achar barato, mas terá que pagar os "impostos" e os preços altos aqui citados ao tráfico, além de viver como vítima provável de balas perdidas. Já se o barracão tiver dois quartos, o valor sobre para R$ 100.000,00 , incluindo os ônus e perigos já citados.

Individualidade entregue aos criminosos

Tudo começou com pequenos bandos que faziam assaltos. Quadrilhas com interesse monetário imediato. Mas em breve elas receberam informações táticas de presos oriundos de cadeias onde haviam convivido com presos políticos, bem mais cultos e articulados, que haviam tido mais êxito em ações de guerrilha contra o governo militar revolucionário.

Junte-se a isto o fato de Leonel Brizola, ainda candidato à governador do Rio de Janeiro, ter feito a promessa de que, se eleito, não deixaria a Polícia, civil ou militar, subir os morros do Estado. Em apenas 4 anos, as quadrilhas se armaram, e passaram a explorar o comércio das drogas. E nos anos seguintes, seus ganhos milionários possibilitaram o recrutamento de fuzileiros navais e membros dos paraquedistas, das forças armadas, para treinar os membros das quadrilhas, no uso de armas e na disposição tática no terreno da favela, já conveniente por estar mais no alto.

Os moradores das favelas, enganosamente, se acharam protegidos da Polícia, sua maior inimiga, e colaboraram abertamente com estas quadrilhas. Jovens começaram a ser atraídos para o tráfico. Os moradores se sentiram fortes, julgando que não seriam mais importunados.

Hoje, a situação descambou para líderes que não estão nem ai para estes moradores. Querem o lucro fácil, e tem ambições de levantar candidatos que os protejam na Assembléia e na Câmara dos deputados.

Conclusão

A contravenção não se constitui em garantia de direitos para pessoas que vivem em comunidade. A personalidade do contraventor roda em torno da ambição de dinheiro e ambição de poder. Agora os líderes de facções (não mais apenas quadrilhas) querem ser Governo no local onde nasceram, cresceram e vivem. E construíram um Governo Paralelo, que só pode ser desfeito com o uso das Forças de Segurança e com a desconstrução da natureza do terreno tático de quye se constituem os morros: terrenos altos com vias tortuosas.

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