Os traficantes, como "donos do território" que se acreditavam, eram os donos do poder econômico nas favelas. E como tal, financiavam os moradores com dinheiro desonesto. Se é desonesto, pode ser gasto a vontade. Mas tinha mão dupla. Se o chefão precisava de uma caixa dágua para beneficiar outro morador, e alguém tinha duas, ele mandava buscar a título de "cortesia". Precisava de uma carne a mais para o churrasco de confraternização de todos os seus amigos bandidos, sempre tinmha alguém disposto e que "voluntariamente" lhe cedia.
Precisava de uma "mula" para carregar arma ou droga ? Podia usar um adulto, adolescente ou criança, pois fez lei o uso de qualquer indivíduo de sua "comunidade" (termo perverso, inapropriado e hipócrita) para transporte de "bens e serviços".
O tráfico durou muito tempo nos morros devido também à colaboração tácita e conveniente dos moradores. Não eram estes "senhores" que lhes davam permissão para ali estabelecer suas residências ? Ou o leitor acha que o favelado podia entrar na comunidade e residir sem pagar nada ! O morador tinha que ter a consciência de que entrava em território que tinha dono. E o poder público se omitiu de forma descabida.
Mas como nunca é tarde, e Deus é Senhor da história, o Estado retomou seu papel.
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